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Autoconhecimento na prática: um guia para aplicar o autoconhecimento na vida profissional e nas relações interpessoais

05 de out. de 2018

Por: Heloísa Capelas

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Nesses mais  de 35 anos em que trabalho com desenvolvimento humano, tive a grata oportunidade de acompanhar (e, de alguma forma, protagonizar) uma verdadeira quebra de paradigmas sobre o Autoconhecimento.

Lá atrás, quando primeiramente entrei em contato com esse tema, muito pouco se falava ou se sabia sobre o assunto. Acreditava-se, ainda, que a inteligência intelectual (estabelecida por testes de Q.I.) era a única medida para o sucesso, então, não havia espaço nem mesmo para o debate sobre a importância das demais competências, como, por exemplo, a inteligência emocional – uma das mais beneficiadas pelo processo de autoconhecimento.

De lá para cá, muita coisa mudou, ainda bem! Aos poucos, estudos foram comprovando algo que, aparentemente, Bob Hoffman, o criador do Processo Hoffman (o maior treinamento de autoconhecimento do mundo), já sabia cinco décadas atrás: a inteligência intelectual é apenas uma das muitas inteligências humanas. Portanto, “ser inteligente” não é algo lógico como uma conta de matemática, mas, sim, uma combinação de diversos fatores.

Você deve estar se perguntando: o que o autoconhecimento tem a ver com isso?   

A resposta é: tudo!

Autoconhecimento significa olhar para si mesmo com honestidade e abertura para reconhecer, em si, as próprias capacidades. As próprias qualidades e falhas. A própria construção enquanto indivíduo. É ter a capacidade de responder genuinamente quem você é hoje, qual caminho lhe trouxe até aqui e qual caminho deseja seguir agora.

Autoconhecimento significa também apropriar-se de si e assumir a responsabilidade pela própria vida. Nós não somos vítimas dos fatos, coisas e pessoas; somos protagonistas dos acontecimentos. Se algo deu errado, o que faremos de diferente para que, na próxima vez, o resultado seja melhor?

O significado de autoconhecimento vai além: é, ainda, topar o desafio de saber-se falho, mas estar sempre em busca de evolução. É assumir um compromisso diário de “fazer hoje melhor do que fiz ontem; fazer, agora, melhor do que fiz instantes atrás” (aliás, estas são excelentes frases de autoconhecimento para aplicar no dia a dia!).

E, hoje, eu quero olhe contar o que o autoconhecimento pode agregar à sua vida profissional e às relações interpessoais. Vamos lá?

 

Autoconhecimento na vida profissional

São muitas as pessoas que chegam aos meus treinamentos e palestras com queixas exclusivamente relacionadas ao campo profissional. As mais recorrentes são:

“Estou insatisfeito com minha carreira”
“Não sei se quero continuar nesta empresa e/ou neste cargo”
“Não sei se escolhi a profissão certa”
“Já fiz de tudo, mas não consigo ser promovido”
“Não sou um bom líder para a minha equipe”
“Minha performance no trabalho oscila muito”

A lista é muito mais extensa, mas acho que deu para entender que, em suma, as insatisfações giram em torno das dúvidas: esse é o lugar em que eu deveria estar? É isso mesmo que eu deveria estar fazendo ou existem opções melhores?

É para isso, exatamente, que serve o autoconhecimento na vida profissional. O processo de olhar para dentro e reconhecer os pontos fracos e fortes que se tem faz toda a diferença para quem busca construir uma carreira de sucesso (aliás, não é à toa que o coaching profissional ganhou tantos adeptos em tempos recentes!).

Pelas salas de aula do Processo Hoffman, por exemplo, já passaram executivos que, em tese, eram extremamente bem-sucedidos, mas simplesmente odiavam o trabalho que desempenhavam! A maioria, no entanto, não tinha nem mesmo consciência disso. Muitos deles precisaram se encarar diante do espelho com honestidade para, primeiramente, assumir a insatisfação; e, depois, “bolar um plano” em direção à felicidade profissional.

Dito isso, o primeiro passo para aplicar o autoconhecimento à vida profissional é questionar a si mesmo sem julgamentos e sem autocrítica. Vá além do que costuma. Aprofunde-se na sua história, nos seus pensamentos e emoções, e responda:

O que é que eu realmente espero de um trabalho?
O que eu desejo é reconhecimento?
É um bom salário?
É a chance de aprender?
De me sentir útil?
Que tipo de atividade me traz verdadeira satisfação?
E que tipo de atividade eu não tenho a menor intenção ou interesse em desempenhar?
No ambiente de trabalho, em que eu sou realmente bom? E em que eu posso melhorar?

As suas respostas são suas, não existe certo e nem errado. Aproprie-se do que acabou de descobrir a seu respeito. E, com base nessas novas informações, comece a traçar um plano para alcançar, justamente, esses resultados.

 

Autoconhecimento nas relações interpessoais

Você já se “enganchou” com alguém por aí sem nem saber exatamente o motivo? Digo, já lhe aconteceu de simplesmente não suportar uma pessoa sem ao menos conhecê-la direito? Aquela coisa de “o santo não bater” mesmo?

Se sim, fique tranquilo(a): nunca conheci alguém que não tenha vivido isso. Mas, também fique atento: isso diz muito mais sobre você e sobre sua personalidade, do que sobre a outra pessoa!

Costumo dizer que os outros nos servem como placas de sinalização. E, como estamos muito pouco habituados a olhar para dentro, às vezes, é mais fácil começar o trabalho do autoconhecimento ao contrário: o que é que as pessoas contam de você para você?

O que ela dizem claramente a seu respeito? E nas entrelinhas?
Qual personalidade elas lhe conferem quando falam a seu respeito?
Quais elogios você mais costuma receber? Eles são os mesmos ou variam conforme as áreas da sua vida?
Quais críticas você mais costuma receber? Aliás, você se permite ser criticado pelos outros?

Por mais contraditório que pareça, a minha dica para começar a praticar autoconhecimento nas relações interpessoais é, primeiramente, colocar-se fora de você para que possa se perceber sob a ótica dos outros.

Será que essa pessoa que os outros veem “bate” com quem você é?

O que você gostaria de mudar nessa imagem que acabou de construir?

E como é que você pode, a partir de agora, começar a mudá-la?

A ideia desse exercício é que você consiga se dar conta dos seus próprios comportamentos (e, consequentemente, da sua própria responsabilidade) nas relações interpessoais que considera positivas e, também, nas que considera negativas.

Por exemplo: se seus familiares, amigos e até parceiro(a) reclamam da sua ausência ou da sua carência, o que é que isso diz a seu respeito? Como é que você construiu essa imagem? Quais comportamentos adotou para que ganhasse esse rótulo? E por que é que você age assim? Quais novos comportamentos poderá adotar se quiser melhorar essas relações?

Aplicar autoconhecimento nas relações interpessoais requer, igualmente, que você olhe para si. Novamente, não há certo e nem errado nessa reflexão. Só é preciso dar um passo de cada vez para trilhar o caminho do autoconhecimento, que é repleto de possibilidades.

E eu garanto: por mais difícil que possa parecer, quanto mais você ganha consciência de si, maiores são suas chances de obter sucesso longevo na vida profissional e nas relações interpessoais.

 

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